O construtivismo é uma corrente que valoriza um processo de aprendizagem activo, através do qual o aluno constrói conhecimentos independentemente da situação em que se encontra. O modelo construtivista opõe-se ao modelo instrucionista que defende uma aprendizagem tradicional, baseada na transmissão de conhecimentos do professor para o aluno, tendo este um papel passivo no processo de aprendizagem.
Segundo Piaget, cabe ao professor proporcionar as melhores condições para a investigação, invenção e descoberta em vez de fornecer informações. Assim, a transmissão de informação efectuada pelo professor não é relevante no ensino mas sim a situação problema que proporciona à criança, mostrando que a acção é a principal construtora do conhecimento.
Comparemos então estes dois modelos através de um exemplo, o uso do computador e a programação. Tendo em conta o modelo instrucionista, as crianças aprendem utilizando um jogo já concebido, um jogo que ensina e cujo raciocínio é simples. Pelo contrário, o construtivismo defende que as crianças devem ser as criadoras do jogo, entrando no mundo da programação de computadores. Este método favorece o processo de aprendizagem, uma vez que as crianças adquirem conhecimentos rapidamente, alargando a sua forma de pensamento e desenvolvendo a percepção do seu eu e de controlo. Deste modo, os professores devem entender a natureza activa do processo de aprendizagem, no qual os alunos já estão empenhados e capazes de facilitar e enriquecer esse processo.
Atendendo a dois teóricos defensores do construtivismo, Papert e Piaget, as crianças são as construtoras das próprias ferramentas cognitivas e o conhecimento é construído através da experiência pessoal.
Em suma, há que reconhecer a pertinência destes dois modelos de aprendizagem, efectuando um equilíbrio entre os mesmos. O professor deve adoptar uma estratégia que inclua estas duas perspectivas, isto é, deve transmitir conhecimentos às crianças à medida que as envolve no processo de aprendizagem.
FINO, C. N. (2004). Convergência entre a teoria de Vygotsky e o construtivismo/ construcionismo. Funchal: Universidade da Madeira.
PAPERT, S. (1997). A família em rede. Lisboa: Relógio d’Água, Editores.
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