domingo, 16 de janeiro de 2011

Construtivismo vs. Construcionismo

O conceito de construcionismo aceita as teses centrais do construtivismo, as suas ideias inter-relacionam-se, em diálogo incorporado num processo de descrição/execução.
O construcionismo enfatiza o papel do meio cultural no desenvolvimento, enquanto o construtivismo não o considera relevante. Amplia o conceito de assimilação, realizado através das aprendizagens em sintonia, acrescentando o aspecto afectivo. Rejeita a sequência de estádios de desenvolvimento de Piaget, em especial a supervalorização do pensamento formal, visto pelos construcionistas como impedimento directo à aprendizagem.
“O pensamento construcionista acrescenta algo ao ponto de vista construtivista. Onde o construtivismo indica o sujeito como construtor activo e argumenta contra modelos passivos de aprendizagem e de desenvolvimento, o construcionismo dá particular ênfase a construções particulares do indivíduo, que são externas e partilhadas” (Fino, 2004).
Para os construcionistas o computador é incluído no contexto do mundo como factor de transformação cultural profunda. A interacção aluno/computador é mediada por um profissional que conhece o LOGO (Linguagem de programação criada com o objectivo de tornar o uso do computador acessível às crianças). A interacção aluno/objecto é mediada por uma linguagem de programação: o aluno descreve as suas ideias, o computador executa essa descrição e o aluno detém a sua ideia original, em termos de conceitos e estratégias. O erro é tratado como uma tentativa de acerto, ou seja, uma fase necessária à nova estruturação cognitiva.
Em suma, o conceito de construcionismo veio acrescentar que os diferentes níveis de interacção e as respectivas contribuições para o desenvolvimento intelectual do aluno vão mais além do construtivismo de Piaget.

Referências bibliográficas:
Papert, Seymourr (1996), A família em rede, Lisboa: Relógio d’Água Editores.
Fino, Carlos Nogueira (2004), “Convergência entre a teoria de Vygotsky e o construtivismo/construcionismo”, disponível em:
http://www3.uma.pt/carlosfino/Documentos/Draft_Convergencia_Vygotsky_construtivismo_construcionismo.pdf, consultado a 3/01/2011.

Fino, Carlos Nogueira (2004), Construtivismo & Construcionismo, disponível em: http://www3.uma.pt/carlosfino/Documentos/PowerPoint_Piaget-Papert.pdf, consultado a 3/01/2011.

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