O ensino através do computador permitiu a elaboração de outras abordagens, em que este é utilizado como uma ferramenta no auxílio da resolução de problemas. Com a generalização do uso do computador na sala de aula, verificou-se que os módulos do material educativo poderiam ser apresentados com grande flexibilidade. Actualmente é praticamente impossível identificar o número de software educativo produzido e comercializado. Este têm surgido numa tentativa de revolucionar a educação apontando para uma nova direcção educacional em que o computador passa a ser uma das suas ferramentas.
Os programas educativos são ferramentas que se encontram a disposição dos alunos e que lhes permitem criar soluções para ultrapassar determinados obstáculos. Um destes exemplos é o Logo, fundamentado nas ideias de Piaget, no qual os alunos têm que comandar uma tartaruga virtual, para que esta, realize determinadas acções, criando comandos para a superação de problemas. Estes programas podem ser benéficos para os alunos na medida em que permitem a aquisição de conceitos sobre vários domínios, nomeadamente nas áreas da Matemática, Física, Biologia e Português.
Os programas educativos, apesar de benéficos e úteis na aquisição de competências apresentam ainda graves lacunas na sua expansão nas salas de aula. Os principais entraves à sua integração como apoio educativo devem-se essencialmente a falta de recursos computacionais e de docentes qualificados para a sua aplicação nos contextos educativos. Para além de que existem docentes que tendem a resistir à implementação de novas tecnologias que rompam com o ensino tradicional. Apesar das inúmeras ofertas pedagógicas existentes no computador, alguns docentes mais conservadores apenas utilizam-no como mero processador de texto, não possibilitando a exploração por parte dos alunos, de outros domínios que esta ferramenta oferece. A complexidade de alguns destes programas é por si só um entrave a sua aplicação diária no contexto educativo. Embora existam alguns de fácil acesso, nem sempre são significativos a nível pedagógico e criativo, pois alguns deles transmitem apenas uma informação limitativa. Os computadores antigos e com baixa capacidade de processamento são por si só um entrave a aplicabilidade destes programas nas escolas.
A formação de docentes e a sua predisposição a aplicação destes programas educativos é essencial, sendo o principal ponto de partida para a sua aplicação nos contextos educativos. Poderíamos também apostar na qualidade destes programas ao invés da sua produção em grande escala. Além de que deveríamos apostar em programas em que os conceitos sejam elaborados e explicitados por parte dos alunos com o acompanhamento do professor, que deve apenas proporcionar diversificados ambientes de aprendizagem. Deveríamos ainda apostar no reforço do melhoramento das capacidades de processamento dos computadores pois este facto é indispensável a aplicação de programas educativos que exigem uma maior capacidade de processamento como o caso do Logo.
Segundo José Armando Valente[1], “As possibilidades de uso do computador como ferramenta educacional está crescendo e os limites dessa expansão são desconhecidos”, pelo que os docentes deverão manter-se actualizados e num processo de constante formação pessoal que lhes permita um melhor conhecimento e aplicação destes programas em contexto educativo.
Fonte: “Diferentes Uso do Computador na Educação”
In: http://edutec.net/textos/alia/proinfo/prf_txtie02.htm
[1] In, Diferentes usos do computador na educação, 2000, pág. 10.
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